sábado, dezembro 02, 2006

EDITH PIAF - Biográfia

Por Angela Maria Pereira Glavam

Nascida Edith Giovanna Gassion, apelidada Môme Piaf, eternizada como Edith Piaf.Uma mulher de personalidade marcante, cujo talento incomparável atravessou décadas e será eternamente reverenciada pelos amantes da Arte, como uma das grandes vozes do século.
A história de Edith Piaf desafia a imaginação de um bom escritor. "De todas as cantoras autenticamente populares, Piaf é, talvez, aquela cuja existência e carreira foram copiosamente travestidas por uma infinidade de histórias mais ou menos confirmadas e de lendas mais ou menos verdadeiras."
A infância
Edith Giovanna Gassion nasceu em 19 de dezembro de 1915. Conta a lenda que Anetta Giovanna Maillard, sua mãe, deu à luz sob um poste, na Rue de Belleville 72, 20º distrito de Paris, num bairro de classe média trabalhadora.
O mais provável é que ela tenha nascido em um hospital local, o Hospital Tenon, endereço que consta em sua certidão de nascimento oficial.
Sua infância foi pobre e solitária. Louis Alphonse Gassion, seu pai, ganhava a vida como acrobata de rua e raramente estava em casa.

A mãe, inteiramente absorvida pelo desejo de conquistar uma carreira como cantora, apresentava-se nos cabarés locais sob o pseudônimo de Line Marsa, deixando Edith aos cuidados da avó argelina, Aicha Kabyle.
Consta que esta, além de alimentar muito mal a menina, misturava vinho tinto a sua mamadeira.
Veio a Primeira Guerra Mundial e Alphonse foi convocado.
A mãe passou a ganhar a vida cantando nas esquinas e antes que a guerra acabasse, abandonou o lar para sempre.
Entregue a sua própria sorte, Edith vivia à solta, pelas ruas, com outras crianças da vizinhança.
Dois anos depois, o pai retornou da guerra e decidiu enviar Edith para a Normandia, nas proximidades de Bernay, onde a avó paterna, Mme. Louise, dirigia um bordel.
Ali, ela viveu dias melhores, mas, uma inflamação da córnea, chamada ceratite, tirou-lhe a visão. Feito o diagnóstico, os médicos recomendaram alimentação sadia, higiene, descanso para os olhos e muita paciência, já que a cura esperada seria sobretudo obra do tempo.
Isto aconteceu anos depois, de forma espontânea, mas, as pensionistas de Mme. Louise acreditavam que fora um milagre, operado por Santa Teresa de Lisieux.
Na casa da avó paterna, Edith alimentava-se bem, ia à escola, mas, também começava a compreender o que via e ouvia. Aconselhada pelo cura local, Mme. convenceu Alphonse a retomar a guarda da filha.
Em 1922, Edith e o pai deixaram a Normandia.
De volta a Paris, ela acompanhava o pai em seus espetáculos de rua, recolhendo as moedas que lhes ofereciam ao final de cada apresentação. Juntos, percorreram o país, durante anos. Foi um período triste e miserável, onde a menina se viu privada das atividades mais comuns da sua idade.
As agruras de uma vida incerta, a pobreza e a solidão marcaram sua vida para sempre.

A adolescência
Aos 15 anos, consciente de sua bela voz, ela abandonou as apresentações com o pai e passou a cantar em dupla com sua amiga Simone Berteaut, apelidada Momone.
Esperta e sagaz, Momone iniciou Edith nos usos e costumes da vida noturna da Paris marginal. A aparência de Edith era péssima, mas, a voz poderosa despertava a atenção. Cantava pelas ruas, em troca de algumas moedas que lhe atiravam das janelas e assim ia levando a vida...
Corria o ano de 1932.
Edith tinha 17 anos e se apaixonou por Louis Dupont, conhecido em Belleville como P’tit Louis (Luizinho). Ele instalou Edith e Momone em um quartinho de hotel, mas, não era fácil sobreviver. O dinheiro, sempre curto, mal dava para pagar o aquecimento.
Em fevereiro de 1933, Edith deu à luz a Marcelle, apelidada de Cécelle.
"Tudo indica que ela, mesmo reservadamente, jamais disse como vivenciou esta gravidez. Contudo, não imaginemos exagerados dramas íntimos. O mundo de onde veio e aquele em que buscou encontrar-se não podem se dar ao luxo de grandes estados de espírito"
Edith e Louis se separam – ele levou a filha e ela ficou com Momone.
Em 1935, "numa noite em que nos dava vontade de acabar com a vida" (segundo Momone) P’tit Louis reapareceu; trazia uma triste notícia: a menina estava gravemente enferma - meningite.
Edith correu ao hospital, mas, a criança morreu. Tinha 2 anos e cinco meses de idade e sua mãe, apenas 19 anos e meio.
Dizem que Edith se prostituiu para conseguir dinheiro para o funeral da filha e que o cliente, sensibilizado com o fato, pagou e nada exigiu em troca. Mas, a menina foi enterrada no cemitério dos pobres, em Thias, subúrbio a leste de Paris. Os recursos do pai e da mãe permitiram apenas um funeral de indigente.
Após a morte de Cécelle, Edith voltou a cantar nas ruas, nas praças e cafés próximos a Belleville, e aos poucos, nas áreas de cabarés em torno de Pigalle.
Numa tarde de outono, do mesmo ano, ela cantava na esquina da rue Troyon com av. Mac Mahon, próximo {a Place de L'Étoile. Fazia frio e ventava. Por acaso, passou por ali Louis Leplée, diretor do elegante Cabaré Le Gerny's, situado na rue Pierre Charron, 54, em Champs Elysées.
Leplée era sobrinho de Polin, um cantor de sucesso e tinha prestígio na noite parisiense. Impressionado com a voz de Edith, ele lhe ofereceu um teste como cantora.
No dia do teste. nervosa e hesitante, ela atrasou por uma hora, mas acabou por conquistar inteiramente Louis Leplée, que a contratou por 40 francos por noite.


EDITH PIAF


Existiram muitas mulheres dignas de nota, mas Edith Piaf, com sua voz maravilhosa nos leva a outro mundo, cheio de encanto e paixão. A letra desta música bem fala desse mundo e da beleza e sensibilidade da alma feminina:

La vie en rose

Des yeux qui font baisser les miens
Un rire qui se perd sur sa bouche
Voilà le portrait sans retouches
De l'homme auquel j'appartiens
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas
Je vois la vie en rose
Il me dit des mots d'amour
Des mots de tous les jours
Et ça m'fait quelque chose
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause
C'est lui pour moi, moi pour lui, dans la vie
Il me l'a dit, l'a juré, pour la vie
Et dès que je l'aperçois
Alors je sens dans moi,
Mon coeur qui bat
Des nuits d'amour à plus finir
Un grand bonheur qui prend sa place
Les ennuis, les chagrins s'effacent
Heureux, heureux à en mourir
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas
Je vois la vie en rose
Il me dit des mots d'amour
Des mots de tous les jours
Et ça m'fait quelque chose
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause
C'est toi pour moi, moi pour toi, dans la vie
Tu me l'as dit, l'as juré, pour la vie
Et dès que je t'aperçois
Alors je sens dans moi
Mon coeur qui bat.

La vie en rose
(tradução)

Olhos que fazem baixar os meus
Um riso que se perde em sua boca
Aí está o retrato sem retoque
Do homem a quem eu pertenço
Quando ele me toma em seus braços
Ele me fala baixinho
Vejo a vida cor-de-rosa
Ele me diz palavras de amor
Palavras de todos os dias
E isso me toca
Entrou no meu coração
Um pouco de felicidade
Da qual eu conheço a causa
É ele para mim, eu para ele
Na vida, ele me disse
Jurou pela vida
E desde que eu o percebo
Então sinto em mim
Meu coração que bate
Noites de amor a não mais acabar
Uma grande felicidade que toma seu lugar
Os aborrecimentos e as tristezas se apagam
Feliz, feliz até morrer
Quando ele me toma em seus braços

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Bilhete


Mario Miranda Quintana - Natural de Alegrete, RS. É o poeta das coisas simples. Despreocupado em relação à crítica, faz poesia porque "sente necessidade", segundo suas próprias palavras. Em 1928 ingressou no jornal O Estado do Rio Grande. Após ter participado da Revolução de 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, retornando em 1936 para a Livraria do Globo, em Porto Alegre, onde trabalhou sob a direção de Erico Verissimo. Traduziu Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant. Em sua poesia há um constante travo de pessimismo e muito de ternura por um mundo que, parece, lhe é adverso. Obras: A Rua dos Cataventos (1940), Canções (1945), Sapato Florido (1947), poemas em prosa; Espelho Mágico (1948), O Aprendiz de Feiticeiro (1950). Em 1962 reuniram-se suas obras em um único volume, sob o título Poesias. Outras obras: Pé de Pilão (1968), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), Nova Antologia Poética (1982), Batalhão das Letras (1984).

Agora um brinde a sua poesia inesquecível:

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,enfim,
tem de ser bem devagarinho,
Amada,que a vida é breve,
e o amor mais breve ainda...

Mário Quintana



A descoberta do mundo

Se o meu mundo não fosse humano,
também haveria lugar para mim:
eu seria uma mancha difusa de instintos,
doçuras e ferocidades,
uma trêmula irradiação de paz e luta:
se o mundo não fosse humano eu me arranjaria sendo um bicho.
Por um instante então desprezo o lado humano da vida
e experimento a silenciosa alma da vida animal.
É bom, é verdadeiro, ela é a semente do que depois se torna humano.


CLARICE LISPECTOR

quinta-feira, novembro 30, 2006

Desejos

Em um outro blog já havia postado essa poesia de Drummond, mas resolvi repetir porque ela diz muito do que todos deviam desejar uns aos outros:

Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

A Bunda, que engraçada


É uma parte do corpo pouco exaltada. Mas quem é poeta encontra mil razões para falar até do inusitado

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai pela frente do corpo.
A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmea sem rotundo meneio.
Anda por sina cadência mimosa,
no milagrede ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte por conta própria.
E ama.
Na cama agita-se.
Montanhas avolumam-se, descem.
Ondas batendo numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda.
Vai feliz na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda, redunda
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

domingo, novembro 26, 2006

EU QUERO AMAR PERDIDAMENTE

Quando se fala em aproveitar os momentos da vida, quase sem querer imaginamos amar e ser amado.
Florbela Espanca também queria amar muito e escreveu:

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele,
o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender?
É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder ... pra me encontrar...

Quadro de Jean-Honoré Fragonard

La coquette fixée


Pra dizer que não falei das flores

A vida passa tão depressa, e as vezes a gente perde o trem que nos levaria a muitos lugares, onde com certeza seriamos felizes. Mas esse lugar não é um lugar físico, mas subjetivo, onde as chances devem ser aproveitadas no momento em que acontecem para depois não haver arrependimentos. Com esses pensamentos me veio a mente uma música que marcou uma época e que fala de ocasiões de vida:
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Somos todos iguais braços dados ou não,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
Caminhando e cantado e seguindo a canção,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer,
Pelos campos a fome em grandes plantações,
Pelas ruas marchando indecisos cordões,
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão,
E acreditam nas flores vencendo o canhão,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer,
Há soldados armados, amados ou não,
Quase todos perdidos de armas na mão,
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
Somos todos soldados, armados ou não,
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Somos todos iguais, braços dados ou não,
Os amores na mente, as flores no chão,
A certeza na frente, a história na mão,
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Aprendendo e ensinando uma nova lição,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

O Pai Nosso - PARTE 1

Apesar de estar afastada (um pouco) do espiritismo, não quero esquecer o que realmente vale a pena. Para quem tem simpatia pelo espiritismo, apresento um dos ensinamentos de Jesus, dos mais simples e que muitas religões respeitam: A oração do Pai Nosso
"Pai nosso que estáis no céu, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso Reino.Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dai-nos hoje. Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo o mal.Assim seja". (Mateus, 6:9-13).
A oração dominical é, sem dúvida, o mais perfeito modelo de prece que poderia ser concebido.
Concisa, simples e clara, "ela resume-como diz Alan Kardec-todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão, o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da Caridade".
Pena que muita gente ao recitá-la em seus exercícios devocionais, não procuram compreender a profunda significação de seu contexto, nem se aperceba das normas de bem viver que ela prescreve a todos.
Detenhamo-nos, pois, na análise de tão sublime oração, meditando um pouco sobre cada uma das partes que a compõe.
"Pai nosso que estais no céu, Santificado sejs o vosso nome".
A noção que tenhamos de Divindade, reflete-se, invariavelmente, no nosso modo de agir.
Nos primórdios das civilizações, os homens faziam dos deuses um conceito mais ou menos uniforme, tomando-os por potências iradas, as quais era preciso agradar com a oferta de presentes, não só para desviar os dardos de seu furor, como também para granjear-lhes seus favores e, com sua ajuda, conseguirem saúde, bem-estar e prosperidade.
Tais oferendas, a princípio, consistiam de frutos, depois passaram a ser oferecidos animais, que os próprios sacerdotes degolavam, sendo que em muitos povos introduziu-se por fim, o costume horrível de sacrificar criaturas humanas, especialmente crianças e mocinhas.
Abrimos o Velho Testamento e o Deus que ali deparamos-Jeová, o Senhor dos Exércitos, também se nos apresenta como um ser faccioso, violento, iníquo e vingativo, eis que "escolhe para si um povo no meio das nações", cumulando0-o de graças, enquanto que os demais só faz conhecer desgraças; que ordena as mais cruentas matanças, inclusive de crianças e de animais; que aconselha pilhagens dignas dos piores bandoleiros e ameaça com pragas repugnantes todos quanto não lhe atendam as determinações.
Com tais idéias a respeito da Divindade, os homens de então não poderiam mesmo ser melhores, e daí o darem vazão a seus instintos brutais, serem implacáveis em seus resentimentos e mostrarem-se impiedosos para com os inimigos.
Um dia, porém, o Cristo desce à Terra e nos fala de um Deus diferente. Um Deus infinito em suas perfeições, cuja onisciência e onipotência manifestam-se através de Leis imutáveis e sábias qye regem a criação; um Deus sem favoritismo de espécie alguma; um Deus bastante amigo para compreender nossas fraquezas e bastante inteligente para saber corrigí-las e não apenas castigá-las; um Deus que não quer pereça uma só alma, mas que todas se salvem e participem da sus Glória; um Deus, enfim, que podemos dirigir-nos confiantemente, chamando-o pelo doce nome de PAI.
Notemos, entretanto, que ao ensinar-nos a chamar-lhe de Pai a Nosso, Jesus deixa claro ser Ele pai de toda a grande famíla humana, e não apenas de alguns poucos escolhidos.
Contrariamente, portanto, ao ensino de certas religiões, são filhos de Deus todos os homens espalhados por todas as longitudes e latitudes do globo; de todas as raças e civilizações; de todas as classes e de toda a fé: católicos e protestantes, espíritas e budistas, mulçumanos e judeus, rosacrucianos e fetichistas, a até os ateus, apesar de pecadores, apesar de transviados, porque todos, absolutamente todos, são amados por Ele com igual e paternal solicitude e hão de ser procurados e salvos pelo Divino pastor: Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso, ó Deus, porque sóis todo amor e bondade, justiça e misericórdia, seja o vosso Santo nome bendito e louvado por toda a Terra, assim como por todo o universo, nos astros mais remotos, nos espaços incomensuráveis, onde quer que a vida, que provém de vós se hja manifestado, pois não há quem não pressinta a vossa existência e o fim ditoso para que nos criastes.
Fonte: CALIGARIS. Rodolfo. O Sermão da Montanha.


A Turma do Balão Mágico


Até essa hora acordada ? (03:00 hs). O sono vem chegando e lembrei de uma música que costumava cantar para meus filhos. Bem, aí vai pra matar a saudade de ser criança:

Ursinho Pimpão
Composição: T.Landa/T.Cruz/Edgard Poças
Vem meu ursinho querido
Meu companheirinho
Ursinho Pimpão
Vamos sonhar aventuras
Voar nas alturas
Da imaginação
Como na história em quadrinhos
Eu sou a Sininho
Você, Peter Pan
Vamos fazer nossa festa
Brincar na floresta
Ursinho Tarzã
Enquanto o sono não vem
Eu sou Chapeuzinho
Você meu galã
Dança também (pimpão)
Pelo salão (pimpão)
É tão bonita, nossa canção
Manhã já vem (pimpão)
Dorme Pimpão (pimpão)
Urso folgado, não tem lição
Vem meu mocinho querido
Ator preferidoDa minha estação
Vou te sonhar colorido
Pegando bandido
Na televisão
Vamos deixar o cansaço
Dormir num abraço
Meu velho amigão
Não fique triste e zangado
Se eu viro de lado
E te jogo no chão
Ah! Meu ursinho palhaço
Seu circo é um pedaço
Do meu coração
Dança também (pimpão)
Pelo salão (pimpão)
É tão bonita nossa canção
Manhã já vem (pimpão)
Dorme Pimpão (pimpão)
Urso folgado, não tem lição

Um pouco mais de Renato

Meninos e Meninas (Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá)

Quero me encontrar mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa conusão
E dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu
Não sou daqui.
Acho que gosto de S. Paulo
E gosto de São João
Gosto de S. Francisco e S. Sebastião
E eu gosto de meninos e meninas.
Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Você me deixou sentindo tanto frio
Não sei mais o que dizer.
Te fez comida
Velei teu sono
Fui teu amigo Te levei comigo e me diz
Pra mim o que é que ficou?
Me deixa ver como viver é bom
Não é a vida como está
E sim as coisas como são
Você não quis tentar me ajudar
Então, a culpa é de quem?
A culpa é de quem?
Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pesssoas
Troco os pronomes.
Preciso de oxigênio
Preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro Preciso de carinho
Acho que te amava
Agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas
E tudo deve passar.
Acho que gosto de S. Paulo
Gosto de S. João
Gosto de S. Francisco e S. Sebastião
E eu gosto de meninos e meninas.

Biográfia de Renato Russo

Renato Manfredini Júnior nasceu no Rio de Janeiro em 27 de março de 1960, filho do economista Renato Manfredini, funcionário do Banco do Brasil e de Dona Maria do Carmo, professora de inglês. Ele aprendeu inglês desde pequeno, quando morou, dos 7 aos 10 anos, em Nova York. Nova transferêcia do pai levou o menino, já com 13 anos, a Brasília que tanto marcou sua música. Renato teve uma infância e adolescência de classe média alta, típica do pessoal das bandas de Brasília. Entre os 15 e os 17 anos enfrentou várias operações e viveu entre a cama e a cadeira de rodas, combatendo uma doença óssea rara chamada epifisiólise.
Em 78, inspirado pelo Sex Pistols, Renato formou o Aborto Elétrico, que no vai e vem de integrantes, contou com participações de Fê e Flavio Lemos (depois do Capital Inicial), Ico Ouro Preto e André Pretorius. Em 82 abandonou o Aborto Elétrico e passou a fazer trabalhos solos. Neste período ficou conhecido como "O Trovador Solitário". Quando a lendária "cena de Brasília" já era uma força underground reconhecida, Renato Russo formou a Legião Urbana com Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná e Paulo Paulista. Um ano depois, Paraná e Paulista deixavam a banda e entrava Dado Villa-Lobos.
Quando Renato Rocha se juntou a banda em 84, a Legião Urbana já havia se apresentado diversas vezes em Brasília, notadamente nos célebres shows no Circo Voador, no Rio de Janeiro e no Napalm, em São Paulo. O sucesso de seus shows levou rapidamente a um contrato com a EMI-Odeon. No primeiro dia do ano seguinte saiu o primeiro álbum, Legião Urbana, que emplacou os hits "Geração Coca-Cola", "Ainda é Cedo" e "Será".
Com seus refrões poderosos e letras que falavam de inseguranças emocionais e do niilismo da geração crescida durante o regime militar, a Legião Urbana bateu fundo nos anseios dos jovens brasileiros. A receita foi aperfeiçoada no álbum seguinte, Dois, melhor tocado, melhor gravado e mais elaborado. Sucessos como "Eduardo e Mônica" e "Quase Sem Querer" falavam uma língua que qualquer jovem urbano brasileiro dos anos 80 podia entender e se identificar.
Dois consolidou Renato Russo como um dos maiores popstars do país. Já na turnê desse segundo disco, começou a aparecer o Renato Russo estrela: seus shows incluíam discursos pregadores (o adjetivo "messiânico" aparecia em nove entre dez matérias sobre o grupo) e um alto consumo de drogas e álcool.
Em 1987 sai terceiro álbum, Que País É Este, gerando hits como "Faroeste Caboclo", e mais uma turnê nacional abarrotada. Em 89, sai As Quatro Estações que inaugura a fase mais madura da banda, tanto no som, menos pop, como nas letras, abordando assuntos como AIDS e homossexualismo. Em "Meninos e Meninas", Renato sugere bissexualidade. Logo depois, numa história entrevista à revista Bizz, Renato confirmava o fato.
V, lançado em 91, veio carregado de uma tristeza que refletia a instabilidade emocional-psicológica vivida por Renato. A turnê que se seguiu teve que ser interrompida devido ao seu precário estado de saúde.
O Descobrimento do Brasil, de 93, acabou sendo o último disco da banda (A Tempestade, é um disco solo de Renato com participações de Dado e Bonfá). A partir de Descobrimento, Renato deu vazão a seus projetos solo e lançou The Stonewall Celebration Concert e Equilíbrio Distante.
O primeiro, cantado em inglês, foi homenagem ao grande amor de sua vida que morreu de overdose. Renato faz então seu disco mais militante ao som o orgulho de ser gay, ao som de covers da Broadway e Madonna. Stonewall é o nome de um bar nova-iorquino onde, num célebre acontecimento em 69, gays se rebelaram contra a ação política. Equilíbrio Distante traz Renato interpretando canções de música italiana, uma das manias recentes do cantor.
Renato era HIV positivo desde 1990, mas nunca assumiu publicamente a doença. Desde a época de "Descobrimento do Brasil", Renato andava recluso e arredio e evitava a imprensa. As suspeitas se comprovaram em 11 de outubro de 1996 com sua morte por broncopneumopatia, septicemia e infecção urinária - consequências da AIDS -, pesando só 45 quilos.

  Quando chegamos ao plano espiritual, a maioria dos espíritos pensa algo muito parecido: – Ah se eu soubesse… Se eu soubesse que a vida rea...